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Quantas palavras excêntricas em uma definição só: rituais, xamã, profana, sobrenatural, transes, mágicos. Só de ler esse verbete já vem aquela sensação de que estamos entrando em um espiral, ou nos envolvendo com um universo psicodélico. Na realidade, o xamanismo é repleto de tradições e até os dias de hoje é um forte traço da cultura e religiosidade no Norte da Tailândia.
Ainda que o budismo e os monges sejam o grande ícone espiritual da Tailândia, escondidos em vilarejos locais estão líderes carismáticos que carregam tradições espirituais por milhares de anos: os xamãs. Os xamãs têm empregos comuns – são professores, motoristas, comerciantes -, e levam vidas ordinárias em grande parte do seu tempo. Muitos deles já passaram um tempo de sua juventudade em monastérios e são fluentes em Pali e Sânscrito – vindas da Índia -, e Khom – vinda do Camboja. A quase “profissão” sobrenatural que levam em paralelo foi trazida a eles pelo mundo espiritual.
A filosofia xamã acredita que os escolhidos são presenteados com uma graça sobrenatural, recebendo visitas espirituais e guias, ou gurus, que os fornecem poderes transcendentais. Suas percepções e conhecimentos devem ser utilizados a fim de liderar sessões e rituais de bênçãos, curas e prosperidade, e ajudar pessoas com problemas psicológicos e físicos. Os rituais trazem uma conexão com seres superiores conhecidos na Tailândia como Thevada, que são como anjos. A ideia é que o xamã possibilite momentos de recordação da alma e conexões com guardiões espirituais.
As tribos do Norte da Tailândia contam com mais de 3000 tribos espalhada por diversos vilarejos. Elas são formadas por povos que migraram da China, do Laos e de Myanmar e esse mix de tradições fez emergir uma cultura comum, expressada na comida, no artesanato, nos hábitos e nas práticas de cura – realizadas pelos “healers” (curadores), ou xamãs. Nessas tribos, acredita-se em uma cause espiritual das doenças do corpo. Dessa maneira, a cura deve ser feitas espiritualmente primeiro e depois fisicamente.
Cada tribo tem também particularidades. A tribo Karen acredita que todos os elementos têm espírito: árvores, animais, montanhas, e busca a harmonia e a paz por meio desses espíritos. Entre os Hmongs, o xamã é chamado para determinar a causa de doenças. Se ele determinar que a alma foi roubada, uma cerimônia envolvendo toda a aldeia é realizada para trazê-la de volta ao corpo. Já entre a tribo Lisu, acima de todas as aldeias há um altar ou santuário para adorar o espírito guardião. Uma curiosidade é que nenhuma casa é construída na frente da outra, a fim de garantir que o caminho espiritual do altar até a porta das casas não sejam obstruídos.
A partir do xamanismo, essas tribos descobriram como maximizar habilidades humanas do corpo, alma e espírito, buscando a cura e a resolução de problemas de diferentes níveis. Enquanto que monges budistas representam a espiritualidade tailandesa e são a face do país em termos de religião, os xamãs, com seus rituais difíceis de serem encontrados abertamente pelo país, têm iluminado o caminho para o mundo dos espíritos – mundo esse que tanto fazem parte da cultura e das tradições das tribos do norte.
Oi Felipe. A maior parte dessas tribos ficam no norte, próximo a Chiang Mai e Chiang Rai. Espero que você encontre uma tribo para visitar. Quando acontecer, compartilhe com a gente! Abraços
Muito interessante, gostaria de obter mais informações pois pretendo ir visitar e passar por essa experiência. Fico no aguardo de ajuda. Obrigado